Por Sâmila Braga
As pessoas, cujas funções compõem os ramos mais necessários da Califórnia, somem! Pura mágica ou uma crítica ferrenha ao modo como os estadosunidenses tratam os latinos? A sétima arte desta vez traz o tema da imigração para a telona.
Hispânicos, sua cultura e todo o mais sempre mediocrizados pelo povo dos EUA, sofrem um sumiço repentino. O abalo é maior do que se poderia pensar – pelos lindos, brancos e ricos “americanos”, é claro. Os serviços mais básicos, desde fritar o gorduroso café da manhã de um senador à realizar as colheitas, que movimentam boa parte da economia, deixam de ser feitos. A falta da latinidade e de toda sua força de trabalho é sentida. Só mesmo assim, pelo visto. Daí a trama segue, apontando os conflitos que surgem com o desaparecimento.
Com humor e gloriosa ironia os diretores do filme Um dia sem mexicanos englobam o preconceito, sem monotonia. Numa situação hipotética como essa, em estado de caos, a superioridade e o senso de nação invadida por um povo estranho, caem por terra. Os “americanos” consideram o “povo hispânico” como um só, permeado de estereótipos.
Contextualizando...
Se trouxermos essa realidade para uma discussão mais nacionalizada, podemos comparar o caso a uma situação efetivamente mais próxima. São Paulo, capital do Brasil!!! Deus no céu e o nordestino no inferno. “Povinho da roça, cabeça-chata...”, e blá, blá, blá. O umbigo nacional se volta ao povo do “r” toRto. Segundo eles próprios. Salvo, aqueles que não se assemelham as maiorias e divergem dessa opinião. A maior parte, talvez incentivada pelo constante inchamento do ego paulistano-carioca, realizado pela mídia. A questão é que se acontecesse o mesmo em São Paulo, que aconteceu no filme, na Califórnia, a conjuntura não seria muito diferente. Eles ignoram que as massas são compostas pelo povo que inferiorizam. E são eles que dão a “sustança” necessária a subsistência da exploração e do sistema. Sem o nordestinos, assim como, sem os “mexicanos” – talvez chamados assim porque para os “americanos” a única nacionalidade que importe seja a deles – a desordem reinaria no “centro-sul” do país.
Ambos são a mão do processo de construção das cidade. E mais que isso são a mão que foi enfiada na massa. Literalmente.
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