quarta-feira, 13 de maio de 2009

UM DIA SEM MEXICANOS - Uma comédia muito séria

Por Sâmila Braga


As pessoas, cujas funções compõem os ramos mais necessários da Califórnia, somem! Pura mágica ou uma crítica ferrenha ao modo como os estadosunidenses tratam os latinos? A sétima arte desta vez traz o tema da imigração para a telona.

Hispânicos, sua cultura e todo o mais sempre mediocrizados pelo povo dos EUA, sofrem um sumiço repentino. O abalo é maior do que se poderia pensar – pelos lindos, brancos e ricos “americanos”, é claro. Os serviços mais básicos, desde fritar o gorduroso café da manhã de um senador à realizar as colheitas, que movimentam boa parte da economia, deixam de ser feitos. A falta da latinidade e de toda sua força de trabalho é sentida. Só mesmo assim, pelo visto. Daí a trama segue, apontando os conflitos que surgem com o desaparecimento.

Com humor e gloriosa ironia os diretores do filme Um dia sem mexicanos englobam o preconceito, sem monotonia. Numa situação hipotética como essa, em estado de caos, a superioridade e o senso de nação invadida por um povo estranho, caem por terra. Os “americanos” consideram o “povo hispânico” como um só, permeado de estereótipos.

Contextualizando...
Se trouxermos essa realidade para uma discussão mais nacionalizada, podemos comparar o caso a uma situação efetivamente mais próxima. São Paulo, capital do Brasil!!! Deus no céu e o nordestino no inferno. “Povinho da roça, cabeça-chata...”, e blá, blá, blá. O umbigo nacional se volta ao povo do “r” toRto. Segundo eles próprios. Salvo, aqueles que não se assemelham as maiorias e divergem dessa opinião. A maior parte, talvez incentivada pelo constante inchamento do ego paulistano-carioca, realizado pela mídia. A questão é que se acontecesse o mesmo em São Paulo, que aconteceu no filme, na Califórnia, a conjuntura não seria muito diferente. Eles ignoram que as massas são compostas pelo povo que inferiorizam. E são eles que dão a “sustança” necessária a subsistência da exploração e do sistema. Sem o nordestinos, assim como, sem os “mexicanos” – talvez chamados assim porque para os “americanos” a única nacionalidade que importe seja a deles – a desordem reinaria no “centro-sul” do país.

Ambos são a mão do processo de construção das cidade. E mais que isso são a mão que foi enfiada na massa. Literalmente.

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