Blonde, Brown,
Tarantino vai mostrar na trama seus dotes na direção cinematográfica. Ele tinha em mãos um orçamento considerado baixo para um filme policial norteamericano: U$ 900 mil. Lhe restou a criatividade. Usou. Sangue, velocidade e diálogos profundos bastaram. A primeira cena já é reveladora. De personalidades, afetos e regras do jogo. O policial disfarçado, Mr Orange, já não evita mostrar seu senso de humanidade com relação às gorjetas da garçonete.
Com um final surpreendente, o traidor somente se mostra no fim do filme. Encharcado de sangue e à beira da morte. O drama e a ação vão ser as roupagens centrais. O que não impede que a obra se calce de humor e pitadas de um tom enigmático, buscando se tornar completa. Além do viés social, e das conversas que expressam-se analíticas e opiniosas a respeito da vida, da sociedade e dos homens. Eles são cães de aluguel. O enredo comprova que ser fora-da-lei é perigo. E nem sempre isso é ruim.