segunda-feira, 14 de setembro de 2009

BOM DIA VIETNÃ - Uma aula de rádio no cinema

Por Alan Regis Dantas



Muitos filmes já trataram do rádio como grande advento do século XX. Como grande nome temos Woody Allen, com o seu “A Era do Rádio”. Numa época em que os computadores e as comunidades virtuais assumem o papel de grandes educadores e informadores da massa, o rádio parece ser utilizado apenas para fins comerciais, com suas músicas e notícias superficiais não atraindo novos ouvintes.

A linguagem radiofônica se distingue da dos demais veículos, por estimular a imaginação e levar seu público a grandes viagens lúdicas. Adrian Cronauer (Robin Williams) se caracteriza como um verdadeiro artista da voz. Com sua graça e habilidade sabe exatamente como usar o rádio a fim de informar emocionando, apesar de todos os revezes enfrentados com a autoridade dos comandos militares.

Devemos lembrar, no entanto, que o ambiente era a guerra do Vietnã, onde todos os dias várias pessoas eram mortas, inclusive americanos. Como fazer graça dentro de um contexto tão cruel e devastador? Cronauer de alguma forma, não tinha o espírito daqueles generais que achavam suas transmissões bobas e sem graça, a todo momento fazia piada de seus superiores e até das altas autoridades americanas.

No fundo todos amavam aquele homem puro, que não levava ao ar aquilo que ia de encontro a seus princípios éticos, até mesmo sendo censurado em sua missão de informar. Ao fim do filme é marcante descobrir que na verdade ele é o inimigo daquele povo, que perdeu muitos cidadãos, mas resistiu a invasão de suas casas e venceu a guerra como na mais bela história épica.



Nenhum comentário:

Postar um comentário