quarta-feira, 31 de março de 2010

O DISCRETO CHARME DA BURGUESIA - O charme inabalável

Por Alan Regis Dantas



Divertido. Bem humorado. Sarcástico. De que maneira poderíamos a trama de Buñuel em O Discreto Charme da Burguesia? È difícil. A burguesia. Sim, ela sempre tão presente. Tão amada por uns (como acontece aqui no Brasil) e odiada por outros, torna-se piada de riso fácil em um dos filmes mais importantes do século XX.


O Surrealismo. Como explicar que fatos tão bizarros possam acontecer na hora do jantar? O desejo, o espetáculo, o terrorismo e até um policial fantasma surgem para impedir que essa discreta burguesia tenha um momento de confraternização. Enquanto um personagem acorda do pesadelo, já se encontra dentro de outro. O diretor brinca com a montagem da trama.



Traficantes de marca maior esses colarinhos brancos acabam não passando de ingênuos criminosos e viciados. Uma curiosidade. Na época de seu lançamento no Brasil, durante a ditadura, uma das frases foi cortada. O militar oferecia maconha e dizia: "então, é por isso que no Vietnã bombardeiam tantos lugares errados!".



Contudo o diretor quer passar uma mensagem. Boa ou má: A verdade é que essa classe burguesa nunca deixará de existir. Por mais que se tente e se pense o contrário, o seu charme, vaidade e ganância estarão sempre à mostra no seio da sociedade do capital. Estaria ele fazendo referências críticas socialistas? Buñuel era socialista? Talvez sim. Vamos pensar...



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